sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Manhã de Carnaval... e Livros


Dando pontapé às folias carnavalescas e também aproveitando para dar uma baixa em seus estoques, os Livreiros (Sebistas) O Alienista, Casa das Palavras, Livros & Leitores, Raros e Novos, Carioca, localizados na Praça Heliodoro Balbi, popular Praça da Polícia com a colaboração da Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas-SEC, promovem o evento MANHÃ DE CARNAVAL... E LIVROS, neste sábado 02/02/2013, a partir das 09h00, onde serão disponibilizados livros variados em alguns bancos da Praça para acesso livre à leitura e uma grande promoção em todos os cinco Sebos.
Para animar esta MANHÃ DE CARNAVAL...E LIVROS contaremos com a presença do Quarteto Avatar no comando de Dom Carioca, que fará um rodízio musical em torno dos Sebos com trilha sonora carnavalesca.
Para aqueles que não gostam do carnaval é hora de adquirir ou renovar seus livros para leitura no feriado. 
Para os que gostam é só unir o útil ao agradável.
Contamos com a presença de todos.
Evoé Momo!!
LIVROS À MÃO CHEIA 

sábado, 24 de novembro de 2012

A nave muito louca de Jorge Bandeira

 Amanda, Jorge e Fred
Na última terça-feira, dia 20, fui abduzido por uma nave terrestre, mas precisamente pousada na rua Lima Bacuri, 64-C, Centro, no trecho entre a Joaquim Nabuco e a Floriano Peixoto. Na vitrine da nave li num pequeno cartaz "A Casa Alienígena de Van Gogh", hoje, às 20h, Amanda Magaiver (Ex-tela) e Fred Lima (Vicent Van Gogh). Olhei para o relógio e me dirigi à entrada. Um porteiro simpático me passou um folder-programa, o seu rosto me era familiar. Quando fui à bilheteria tomei um susto. A pessoa que me passou o ingresso e me presenteou um livro era a cara do porteiro. Quando vi o contra-regra, o sonoplasta, o iluminador, o chefe de cerimônia e o diretor do espetáculo foi que percebi que os alienígenas eram todos iguais e atendiam pelo mesmo nome Jorge Bandeira, que nos adverte no folder-programa "(...) Nada aqui é novo, talvez o novo seja essa vontade de fazer com um desejo de entrega absoluto ao Teatro, e o que isso implica para um processo que jamais se encerra. Não se busca uma direção ou verdade da cena, apenas a vazão de uma sensibilidade, percorrendo o "jardim-lunar" de Vicent e sua Ex-tela, até os círculos finais do seu ateliê. Uma definição? Teatro Ambiental".
Quando nos é apresentado os outros dois diferentes tripulantes da nave, Fred e Amanda, é impossível não nos encantarmos com a viagem feita no interior da nave. É improvável não nos espantarmos com o encontro com Artaud, com Van Gogh, com Jorge, com Fred, com Amanda, comigo e contigo e até com Roberto e Erasmo Carlos. É uma viagem muito louca pela escuridão e pelas cores mágicas das tintas.
O espetáculo terá as duas últimas apresentações da temporada 2012 nos dias 27/11 e 03/12, sempre às 20h, com ingressos a R$10,00 e classificação 18 anos.
A Casa Alienígena de Van Gogh - Dramaturgia de Jorge Bandeira, a partir do texto "Van Gogh, o suicida da sociedade", de Antonin Artaud.
Elenco:
Amanda Magaiver - Ex-tela
Fred Lima - Vicent Van Gogh
Assistente de direção e produção executiva: Grace Cordeiro
Filmagem: Zé Carlos Freyria
Cartaz - Paulo Queiroz
Iluminação, sonoplastia, figurino, cenografia, pesquisa e identidade visual, concepção geral e encenação - Jorge Bandeira


O Espaço Alienígena, um acervo de outro mundo
O mesmo espaço também abriga o Alienígena, um acervo do outro mundo! Cd's, Dvd's, Livros, Revistas, Posters, Discos de vinil, objetos, cartazes, Quadrinhos, Bottons, etc.
Horário de Funcionamento: de segunda a sexta, de 13h às 17h, nos sábados das 8h às 13h
Contato: 9116-6775 / 9379-1007 / 3233-7316
e-mail: jorgebandeiraamaral@hotmail.com


O multi Espaço ainda conta com uma exposição, é mole?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

POESIA SOLTA NA RUA



Projeto “Poesia Solta na Rua”  no Reino Unido – 09/agosto a 27/setembro
Trata-se do retorno do projeto cultural criado em 1999, que pretende aproximar poetas e músicos que atuam no Amazonas, da comunidade onde está localizada a Escola. Todas as quintas até dia 27 de setembro.

Programação:
 9/8 – Magdaluce Ribeiro, Nelson Castro, Zemaria Pinto
16/8 – Almir Diniz, Candinho, Gracinete Felinto
23/8 – Celdo Braga e Renato F. de Carvalho.
0/8 -  Aldisio Filgueiras, Cláudio Fonseca, Michele Pacheco e Rayder Coelho.
6/9 – Edvan Rafael, Everaldo Nascimento, Formas & Poemas e Gadi.
13/9 – Mauricio Matos, Polliana Furtado e Thiago De Mello
20/9 – Celestino Neto, Miguel de Souza e Simão Pessoa.
27/9 – Dori Carvalho, Elson Farias,Tainá Vieira e Tenório Telles.

Fonte: Projeto UAKTI

  •                                                         
  •  
O tema da Escola de Samba Reino Unido da Liberdade em 2013 será O Livro –porque no Morro o Samba é Lê-ler.
A referência no título é a um projeto da comunidade, que leva livros para as escolas: o Samba Lê-ler. Mas a abrangência do desfile será bastante ampla: desde as origens do livro até os formatos digitais, focando, entretanto, não no livro como objeto, mas como instrumento de transmissão do conhecimento.
Como parte do projeto de conscientização da comunidade, bem como para aproximar da Escola os escritores de Manaus, será realizado, de 09/agosto a 27/setembro, sempre às quintas-feiras, de 20h30 às 22h00, na quadra da Escola, o evento Poesia Solta na Rua, que teve edições memoráveis – em 1999 e em 2001.
O formato do evento é o seguinte:
- três a quatro poetas por noite;
- 15 a 30 minutos de apresentação para cada um (os mais experientes, com livros lançados, terão mais tempo; os mais jovens, menos), de sorte a ocupar 60 minutos, no máximo, deixando os 30 minutos finais para uma atração musical. 
Os poemas serão de livre escolha dos autores.

Fonte: Blog PALAVRA DO FINGIDOR

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Dia do Capoeirista


Não sei por quer cargas d’água comemorasse no dia 03 de agosto o Dia do Capoeirista.
Fiquei sabendo que a data comemorativa foi criada em São Paulo no ano de 1985, mas não sei informar se estar relacionada a algum fato histórico ligado a capoeira.
Com o passar dos anos parece que a data tornou-se nacional. Embora não entenda nada do assunto ( e seja um tremendo “pé de chumbo”) confesso que sou um grande admirador da capoeira. Fica aqui a nossa homenagem a este dia...

Capoeira ou Dança de Guerra por Johann Moritz Rugenda, 1825, publicado em 1835

"O Brasil, a partir do século XVI, foi palco de uma das maiores violências contra um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da cana-de-açúcar. Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico. Ao contrário do que muitos pensam, os negros não aceitaram pacificamente o cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. Uma das formas dessa resistência foi o quilombo; comunidades organizadas pelos negros fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O maior desses quilombos estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região conhecida como Palmares. Uma espécie de Estado africano foi formado. Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi, Palmares pode ter sido o berço das primeiras manifestações da Capoeira. Desenvolvida para ser uma defesa, a Capoeira foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeitas, os movimentos da luta foram sendo adaptados às cantorias e músicas africanas para que parecessem uma dança. Assim, como no Candomblé, cercada de segredos, a Capoeira pode se desenvolver como forma de resistência. Foi do campo para a cidade que a Capoeira ganhou a malícia dos escravos de ‘ganho’ e dos frequentadores da zona portuária. Na cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante décadas a Capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da sua prática deu-se apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas. De lá para cá, a Capoeira Angola aperfeiçoou-se na Bahia mantendo fidelidade às tradições, graças principalmente ao seu grande guru, Mestre Pastinha , que jogou Capoeira até os 79 anos, formando gerações de angoleiros.

Raízes Africanas:



A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão de obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África , faziam muitas danças ao som de músicas.


No Brasil:
Clique sobre a imagem, para ampliá-la

Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães do mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.

Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.

Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.

Três estilos de capoeira:

A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

É merecido que o Capoeirista tenha um dia para ser comemorado, uma data para ser lembrada, afinal, a capoeira é praticada em mais de 150 países nos 5 continentes. Somente no Brasil são mais de 5 milhões de capoeiristas! 


Fonte: http://clubeterra.atrativa.com.br/player/ana_sou123/blog/293480


Clique sobre a imagem, para ampliá-la

A Associação Batukada (www.batukada.org.brestará realizando no dia 11 de agosto o 1º Batizado de Capoeira da Praça 14 de Janeiro. Eu, como um bom coruja, tenho dois bons motivos para não perder este evento:

Luís Otávio "Tasinho" e Alice Beatriz "Fofinha"
O professor Dinho e o Luís Otávio "Tasinho"
À frente do grupo está o graduado Dinho, que vem prestando um grande serviço à comunidade, transmitindo a capoeira de uma forma didática/alegre/musical  e, com isso, despertando o interesse de seus pupilos.
Com certeza temos aí um grande Mestre.

O graduado Dinho e seus alunos

terça-feira, 19 de junho de 2012

PALHAÇADA (Celestino Neto)



O sorriso plástico

dos artistas

o sorriso cínico

dos políticos

o sorriso sinistro

dos líderes religiosos

o sorriso inocente e piegas

da fiel população (kkk)

a alegria da alcateia

é ver o rebanho dourar em fogo

a alegria está mais para os palhaços

do que para o

- respeitável público

kkkkk, kkkkk

Um casal "On The Road"


Domingo passado (17), descendo a Avenida Eduardo Ribeiro rumo à Banca do Alienista, vinha assoviando uma cançãozinha quando deparei-me, próximo à antiga Credilar Teatro, com um casal expondo seus trabalhos na calçada. Parei para dar uma olhada. Ele estava expondo suas flautas artesanais e percebendo minha curiosidade tirou uns sons de várias flautas e falou-me das suas origens: uma era típica da Indonésia, outra do Norte da América, mais outras da Bulgária, uma da Índia e outra chinesa e para completar tirou um belo som de uma flauta transversal. Com os moldes que carrega consigo, ele reproduz com muita delicadeza cada instrumento.


Fiquei sabendo que se chamava Domingo Duclos, um chileno de 28 anos que estudou música na Universidade da Argentina e que decidiu botar o pé na estrada, vendendo suas flautas artesanais e recebendo gorjetas pelas músicas que toca. Ela estava expondo entre colares, pulseiras e brincos confeccionados com materiais dos lugares por onde passaram, também expunha pequenas telas em papel cartão que, particularmente, gostei muito e adquiri o intitulado "Enamorados del sur": 


Ela se chama Tatiana Martinez Aros, chilena, estudou Belas Artes no Chile e acompanha Domingo há um ano e meio nesta estrada e já conheceram algumas cidades do Chile, fizeram um tour pelo Peru e agora pelo Brasil. Nesta terça-feira (19), estão indo rumo à Bolívia e depois Argentina e depois ...
Durante a conversa que mantive com o casal, planejamos uma pequena exposição de seus trabalhos num possível retorno à Manaus.


Contatos com o casal: 
tatoe.aloevera@gmail.com
domingo.duclos@gmail.com 

FECANI 2012

Clique sobre a imagem, para ampliá-la
Desde o dia 17/05 estão abertas as inscrições para o 28º Festival da Canção de Itacoatiara, Fecani 2012, e se encerrarão no dia 13/08. O Fecani ocorrerá nos dias 05, 06, 07 e 08 de setembro. Mais informações no portal www.fecani.com.br. O festival Fecani também inclui o Conpofai (27º Concurso de Poesia Falada de Itacoatiara) e o Ita-Arte (25º Salão de Arte Plásticas de Itacoatiara), ambos também com premiações em dinheiro, além de inúmeras atividades esportivas e culturais. A tenda de literatura contará com a presença do Sebo O Alienista, da EDUA (Editora da Universidade do Amazonas), além de várias livrarias convidadas. As atrações nacionais, neste ano, serão as apresentações de Raimundo Fagner e do cantor Zezé di Camargo.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

FLIP 10 anos


Programação 2012 está no ar


A Flip – Festa Literária Internacional de Paraty –  chega a sua 10ª edição com fôlego extra para festejar a boa literatura. De 4 a 8 de julho, 40 escritores vindos de 14 países se reúnem em Paraty para cinco dias de intensa programação. Para marcar uma edição especial, o homenageado desta edição será o escritor, poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade.

A programação completa da Tenda dos Autores, com todas as mesas literárias e horários, já está disponível no site www.flip.org.br.

Também estão on-line as informações sobre a venda de ingressos, que começa no dia 4 de junho, às 10h, pela internet, telefone e em diversos pontos de venda.



Confira abaixo a lista de autores  da 10ª Flip:


Adonis, Alcides Villaça, Alejandro Zambra, Altair Martins, Amin Maalouf, André de Leones, Antonio Carlos Secchin, Antonio Cicero, Armando Freitas Filho, Carlito Azevedo, Carlos de Brito e Mello, Dany Laferrière, Dulce Maria Cardoso, Enrique Vila-Matas, Eucanaã Ferraz, Fabrício Carpinejar, Fernando Gabeira, Francisco Dantas, Gary Shteyngart, Hanif Kureishi, Ian McEwan, J.M.G. Le Clézio, Jackie Kay, James Shapiro, Javier Cercas, Jennifer Egan, João Anzanello Carrascoza, Jonathan Franzen, Juan Gabriel Vásquez, Luis Fernando Verissimo, Luiz Eduardo Soares, Paloma Vidal, Richard Sennett, Roberto DaMatta, Rubens Figueiredo, Silviano Santiago, Stephen Greenblatt, Teju Cole, Zoé Valdés, Zuenir Ventura.
Para comemorar seus dez anos, a Flip prepara ainda o lançamento de dois livros e um DVD cheios de histórias para contar.

Para saber mais sobre o que vem aí acesse o site www.flip.org.br.



Fonte: Site oficial da Flip www.flip.org.br.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

O Aniversariante do Dia

Simão Pessoa


Simão Pessoa é um caso raríssimo de "maluco beleza" que não fuma maconha e trabalha pra cacete. Em compensação é um exterminador de Red e cerveja gelada (antártica, de preferência). Simão tem a música na alma (sem pieguismo), além de inúmeras matérias sobre o assunto tem três livros publicados com a temática: Rock, a música que toca, Reggae, a música que pulsa e Funk, a música que bate. Para o desespero de alguns, o Sacana tem um humor afinadíssimo elogiado, nada mais nada menos,  por Millôr Fernandes. Publicou, entre outros, o Folclore Político do Amazonas, Causos de Bamba, Manual do Canalha, Manual do Espada e Manual do Garanhão, depois reunidos no Clássico Alô Doçura. Na poesia tem, entre inúmeras publicações, o imperdível Matou Bashô e foi ao cinema.



Quando resolvi montar uma banca para vender livros usados (Sebo) na Praça da Polícia, juntei os poucos livros que tinha para começar. Dias depois recebi o telefonema do Simão dizendo que tinha uns livros para mim. Recebi, mais ou menos, uns duzentos livros que foram fundamentais para não desistir da loucura nos primeiros dias. Graças a ele (que até hoje continua colaborando) e  outros amigos, estamos na mesma praça até hoje subvivendo de livros usados.

Simão mano,
milabraços...

Simão, Anibal Beça, João Rodrigues e Celestino Neto ("o papai aqui"), durante uma sessão de poesia falada no projeto "Poesia solta na rua", defronte à quadra da Reino Unido há alguns anos atrás 


Ode ao poeta mordaz Simão Pessoa

Anibal Beça

A boca do poeta mordaz
Não se cala ao vento
Amordaça-o no vento
Em nó de nuvens.

Abençoada forquilha
De galho se abrindo
A língua se estica
Para a celebração
Do estilingue:

“Serpent: Penser
Present: Serpent”

Ó idolos de pés de barro
(descalços ou não)
ícones entronizados
mestres santificados
afastai vossas auras
para a passagem
das setas viperinas
(ou serão dardos de açucenas?)
yuppies-macuxis – suburucus 
sintonizai vossas oiças:
todos terão trato adequado
latino-tropical
regado à
guarânia com guaraná

todos terão – sem exclusão – 
a litania dos forcados
um dabacuri
um conciliábulo
de escárnio & maldizer
ao som
de guarânia com guaraná
dançada de parceria
com a vida
na sua antena em guarda
destruindo mil barreiras
e mais os cânones da província

Este Simão Pessoa
(guardem bem o seu nome)
é do meu chão
e do meu coração
e isto nada tem
com a rima fácil
e muito menos
com nenhuma solução
é apenas confissão:

se não me chamasse Anibal
me chamaria Simão



Fonte: Blog do Simão Pessoa


ECSTASY


A solidão me diz 
que nem sempre laço
o que sempre quis


Como estou a mil
eu mando a solidão
pra puta que pariu


NASHUA
(1603-1678)


A PASSAGEM DA PRIMAVERA


No jardim em frente
sob  vento forte
vibra a madressilva


Seu doce bailado
sugere uma bacante
de nudez lasciva


SUSHI
(1652-1703)


(de Matou Bashô e foi ao cinema)


Caramuri, a bola da Copa
Por Simão Pessoa




O projeto “Caramuri – a bola da Copa” continua dando muitos panos pra manga.

Ontem, no finalzinho da tarde, eu, Mestre Pinheiro, Edu do Banjo, Duduzinho do Samba e Beto Mafra fomos convocados pela TV Amazonas (leia-se rede Globo) para uma entrevista com o repórter Rafael e uma apresentação ao vivo da marchinha de sustentação da campanha.
O local escolhido para a lambança foi o imponente Salão dos Espelhos do Atlético Rio Negro Clube, ainda ricamente ornamentado por conta do último baile de carnaval.Adolescente, tentei inutilmente furar o esquema de segurança do clube barriga-preta para entrar no carnaval sem pagar e nunca consegui.
Dessa vez, entrei pela porta da frente e fui recebido pelo presidente do clube. 

Te mete!
A matéria deve ir ao ar no Globo Esportes desse sábado, se não chover.
Durante a entrevista, o Rafael me perguntou se eu já conhecia a fruta caramuri.

Ilustrei minha resposta com um resumo desse causo político abaixo, que teve como testemunha ocular o advogado Sergio Litaiff.

Junho de 1986. 

Candidato a deputado federal, Carrel Benevides, que era vereador em Manaus, resolve garimpar votos no município de Parintins e embarca para lá, com uma comitiva de peso: Luiz Carlos Brandão, Messody Sabbá, Sérgio Litaiff e o ex-prefeito de Presidente Figueiredo, jornalista Mário Jorge. 

A missão da comitiva era conquistar o apoio de uma matriarca do clã dos Assayag, a superbacana Pérola Assayag, na época responsável em Parintins pelo escritório da Taba (Transportes Aéreos da Bacia Amazônica). 
Ao atingir o espaço aéreo da ilha de Tupinambarana, o pequeno bimotor que levava a comitiva do vereador começa a fazer uma série de voos rasantes, o que incluía descidas em parafusos, voos cegos e arremates de ponta-cabeça. 

Os insulares, claro, ganham as ruas, não apenas para apreciar as acrobacias aéreas, mas, principalmente, para torcer secretamente por um erro do piloto, o que faria o bimotor se esborrachar no chão.

É voz corrente na ilha dos bumbás que o verdadeiro parintinense detesta pavulagem, principalmente durante o período eleitoral.

Depois de 15 minutos de acrobacias nos céus de Parintins, finalmente o bimotor pousa na pista do aeroporto local, sob os aplausos de milhares de pessoas. 
Feliz da vida, o vereador Carrel Benevides desce do avião acenando para os milhares de eleitores em potencial, que acorreram ao local em busca do piloto-suicida. 

Depois de distribuir autógrafos, como se fosse um cantor de rock, Carrel sobe na traseira de uma picape e inicia uma apoteótica carreata pelas ruas da cidade. 

Sérgio Litaiff, Mário Jorge e Luiz Carlos Brandão, também aboletados na traseira da picape, providenciam uma queima de morteiros digna de uma milícia taleban.

Depois de azucrinarem a população com o estampido de dez mil tiros de morteiros naquela pachorrenta manhã de domingo, a comitiva para na frente da casa de dona Pérola Assayag.
Sem saber do que se tratava, ela, hospitaleira como sempre, pede pra turma entrar e serve limonada, refrigerante, cafezinho, bolo de milho, pudim de leite e tapioquinhas no coco.

Quando Carrel se apresenta e discorre sobre suas reais intenções, dona Pérola é de uma sinceridade genuinamente parintintim. 

Limpando as mãos no avental imaculadamente branco, ela mira o vereador nos olhos e dispara um exocet de médio alcance:

– O senhor é caramuri!

Carrel Benevides entende “caramuru” e fica todo pimpão. 
Caramuru, como todo mundo sabe, foi o apelido que os tupinambás da Bahia puseram no português Diogo Álvares – náufrago que teria atingido as costas baianas em 1510 – depois de ele ter dado uns tiros de bacamarte pra cima para assustar os nativos e que significa “filho do trovão”. 

Os dez mil tiros de morteiros haviam servido para alguma coisa. 

Com o ego mais inflado do que nunca, o vereador resolve mostrar que foi um bom aluno de História do Brasil:

– Obrigado pela comparação elogiosa, dona Pérola, mas o nome correto não é caramuri, é caramuru...
Aí foi a vez de dona Pérola chutar o pau da barraca:

– Não, meu filho, o nome certo é caramuri. Esse é o nome de uma frutinha que só dá aqui de quatro em quatro anos, igualzinho a um bocado de políticos...

O papo mixou na mesma hora. 

Dez minutos depois, Carrel abandonava a ilha, sem fogos de morteiros ou aplausos apoteóticos, mas bastante injuriado com a história do caramuri. 

Mesmo assim se elegeu deputado federal constituinte, atropelando na reta final um candidato-anta chamado Antar. Mas isso é uma outra história.


Fonte: Blog do Simão Pessoa