Não sei por quer cargas d’água comemorasse no
dia 03 de agosto o Dia do Capoeirista.
Fiquei sabendo que a
data comemorativa foi criada em São Paulo no ano de 1985, mas não sei informar
se estar relacionada a algum fato histórico ligado a capoeira.
Com o passar dos anos
parece que a data tornou-se nacional.
Embora não entenda nada do assunto ( e seja um tremendo “pé de chumbo”)
confesso que sou um grande admirador da capoeira. Fica aqui a nossa homenagem a
este dia...
Capoeira ou Dança de Guerra por Johann Moritz Rugenda, 1825, publicado em 1835 |
"O
Brasil, a partir do século XVI, foi palco de uma das maiores violências contra
um povo. Mais de dois milhões de negros foram trazidos da África, pelos
colonizadores portugueses, para se tornarem escravos nas lavouras da
cana-de-açúcar. Tribos inteiras foram subjugadas e obrigadas a cruzar o oceano
como animais em grandes galeotas chamadas de navios negreiros. Pernambuco,
Bahia e Rio de Janeiro foram os portos finais da maior parte desse tráfico. Ao
contrário do que muitos pensam, os negros não aceitaram pacificamente o
cativeiro; a história brasileira está cheia de episódios onde os escravos se
rebelaram contra a humilhante situação em que se encontravam. Uma das formas
dessa resistência foi o quilombo; comunidades organizadas pelos negros
fugitivos, em locais de difícil acesso. Geralmente em pontos altos das matas. O
maior desses quilombos estabeleceu-se em Pernambuco no século XVII, numa região
conhecida como Palmares. Uma espécie de Estado africano foi formado.
Distribuído em pequenas povoações chamadas mocambos e com uma hierarquia onde
no ápice encontrava-se o rei Ganga-Zumbi, Palmares pode ter sido o berço das
primeiras manifestações da Capoeira. Desenvolvida para ser uma defesa, a
Capoeira foi sendo ensinada aos negros ainda cativos, por aqueles que eram
capturados e voltavam aos engenhos. Para não levantar suspeitas, os movimentos
da luta foram sendo adaptados às cantorias e músicas africanas para que
parecessem uma dança. Assim, como no Candomblé, cercada de segredos, a Capoeira
pode se desenvolver como forma de resistência. Foi do campo para a cidade que a
Capoeira ganhou a malícia dos escravos de ‘ganho’ e dos frequentadores da zona
portuária. Na cidade de Salvador, capoeiristas organizados em bandos provocavam
arruaças nas festas populares e reforçavam o caráter marginal da luta. Durante
décadas a Capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da sua prática deu-se
apenas na década de 30, quando uma variação da Capoeira (mais para o esporte do
que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente, Getúlio Vargas.
De lá para cá, a Capoeira Angola aperfeiçoou-se na Bahia mantendo fidelidade às
tradições, graças principalmente ao seu grande guru, Mestre Pastinha , que
jogou Capoeira até os 79 anos, formando gerações de angoleiros.
Raízes Africanas:
A história da capoeira começa no século XVI, na época
em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão de obra escrava africana foi
muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de
açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de
Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África , faziam muitas
danças ao som de músicas.
No Brasil:
Ao
chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas
de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram
constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho.
Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães do mato, que tinham
uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta.
Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas,
adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial
disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física
dos escravos brasileiros.
A
prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que
serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à
manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde
física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos,
chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome
desta luta.
Até o
ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista
como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para
prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante
capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente
Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em
esporte nacional brasileiro.
Três estilos de capoeira:
A
capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo
musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão,
é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo
musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O
estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o
jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos,
sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o
contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo
de capoeira é o mais praticado na atualidade.
É
merecido que o Capoeirista tenha um dia para ser comemorado, uma data para ser
lembrada, afinal, a capoeira é praticada em mais de 150 países nos 5
continentes. Somente no Brasil são mais de 5 milhões de capoeiristas!
Fonte: http://clubeterra.atrativa.com.br/player/ana_sou123/blog/293480
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A Associação Batukada (www.batukada.org.br) estará realizando no dia 11 de agosto o 1º Batizado de Capoeira da Praça 14 de Janeiro. Eu, como um bom coruja, tenho dois bons motivos para não perder este evento:
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