quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PANELINHA POÉTICA IV

MÁRCIA (VIEIRA) CAMBEBA
Márcia Cambeba em frente ao Sebo O Alienista


SER CAMBEBA
Márcia Vieira e Celdo Braga 

Sou filha da selva, minha fala é Tupi.
Trago em meu peito
as dores e as alegrias do povo cambeba
e na alma, a força de reafirmar a nossa identidade
que há tempo ficou esquecida, diluída na nossa história.
Hoje revivo e resgato a chama ancestral da nossa memória.

Sou Cambeba e existo sim:
No toque de todos tambores,
na força de todos os arcos,
no sangue derramado que ainda colore a terra
que sempre foi nossa.

Nossa dança guerreira tem começo, mas não tem fim!



CABOCLO RIBEIRINHO

Ao som do banzeiro do rio
As canoas vem, as canos vão.
É o caboclo ribeirinho, que luta pelo seu sustento, pelo seu pão…
Ele rema, joga a sua malhadeira
Esperando pegar um bom pirarucu ou um grande pirabutão
Ao som da melodia dos passáros, que voam em sua  direção
Ele segue o seu caminho
Observando o horizonte, que está além do alcance de sua mão

Ao som do banzeiro do rio
As canoas vem, as canoas vão

Foi a partir de uma gota d’água
que o sopro da vida
gerou  o povo Omágua.
E na dança do tempo
pajés e sacacas
mantêm a palavra
dos espíritos da mata,
refúgio e morada
dos cabeças-chatas.

Que o nosso canto ecoe pelos ares
como um grito de clamor a Tupã,
em ritos sagrados,
em templos erguidos
em todas manhãs.

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